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domingo, 31 de julho de 2011

Congresso deve regulamentar férias

A recente atitude do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de fracionar as férias do magistério da rede pública de ensino reabriu um antigo debate sobre a regulamentação do direito de férias dos trabalhadores da educação básica, em especial dos profissionais do magistério. Estes, por sua vez, têm no calendário escolar a base para a organização do vínculo empregatício e, nas especificidades do exercício profissional, a necessidade de diferenciação de direitos trabalhistas e previdenciários, a exemplo da jornada máxima de trabalho de 40 horas semanais e da aposentadoria especial que reduz em cinco anos o tempo de contribuição e idade.

Atualmente, cada sistema de ensino organiza as férias de seus profissionais de acordo com o ano letivo. Porém, muitos insistem em não prever férias de 30 dias consecutivos, acrescido o período de recesso escolar no meio do ano, o que implicaria, no mínimo, em 45 dias efetivos de férias aos/às professores/as que exercem atividades de intenso desgaste físico e psíquico.

Por ocasião da aprovação da Resolução nº 2/1997, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, a qual fixou diretrizes para os planos de cargos, carreiras e salários dos profissionais do ensino fundamental, encontrava-se em debate, no Congresso Nacional, a Proposta de Emenda à Constituição que deu origem à EC 20 (reforma da previdência). À época, a CNTE apresentou estudos sobre as doenças relacionadas às atividades de magistério, cujo resultado significou a manutenção de direito à aposentadoria especial a todos os profissionais que lecionam na educação básica, bem como a orientação de férias anuais de no mínimo 45 dias no contexto das diretrizes de carreira.

Infelizmente, por pressão de gestores públicos, a nova resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE/CEB nº 3/2009), que versa sobre as diretrizes de carreira - contrariando orientação da CNTE e da própria relatora no CNE - não manteve a mesma previsão de férias contida na Resolução anterior, embora outros preceitos da recente normativa sejam de extrema importância para garantir as condições apropriadas de trabalho aos profissionais do magistério.

Encontram-se, neste momento, em tramitação no Congresso Nacional, alguns projetos de lei com a finalidade de assegurar as férias mínimas de 45 dias aos docentes - sendo 30 deles consecutivos e antes do início do ano letivo - e 30 dias para os demais trabalhadores da educação básica. A medida alia-se a outras ações (já em curso) que visam equalizar a atividade docente em todo país - desde a formação até a remuneração e a jornada de trabalho. E a CNTE atuará no sentido de fazer aprovar esses projetos, sobretudo em âmbito da LDB e das diretrizes nacionais de carreira para os profissionais da educação (professores e funcionários), como forma de garantir o direito subjetivo de todo cidadão à educação pública de qualidade, bem como a efetiva valorização de seus profissionais.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Mais educação contra a crise econômica


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A crise financeira mundial, que começou em 2008, está impactando o financiamento para a educação. Essa é a realidade da maioria dos países que, a pretexto da crise econômica, estão promovendo cortes de recursos em setores da economia que atingem principalmente os mais pobres. Em Portugal, por exemplo, o governo cortou 800 milhões de euros do orçamento anual da educação pública.

Ouça aqui o programa A Voz da Educação sobre o workshop do Congresso que teve como tema o impacto da crise na educação.

A IE aprovou uma resolução na qual critica o modelo de recuperação da crise e convoca todos os sindicatos membros que exijam que o financiamento da educação pública continue sob responsanbilidade dos governos e de, no nímimo, 6% do PIB.

Para a IE não é possível que aqueles que estão no poder usem a crise financeira para lançar uma segunda onda para dizimar os serviços públicos. “Sem professores, assistentes sociais e enfermeiros oferecendo os serviços públicos, não podemos atingir os objetivos do milênio", diz o texto.

O presidente da CNTE, Roberto Leão, foi um dos delegados da IE que defendeu a resolução. “No Brasil, nós entendemos que a educação não pode ser responsável por pagar a conta da ganância financeira. A educação pública que defendemos é a de qualidade, socialmente referenciada, que constrói cidadania e prepara as pessoas para intervirem de maneira consciente na sua vida, na sua história. Nós entendemos que a educação precisa de muito investimento e defendemos que no nosso país haja investimento de ao menos 10% do PIB na educação pública, porque acreditamos que a grande escola é a escola pública capaz de promover o desenvolvimento independente, de autonomia, solidário, democrático e construído com a participação de todos. Por isso, nós consideramos importante a aprovação dessa resolução para que tenhamos a educação que se preocupa com o ser humano e não o mercado”, ressaltou Leão. (CNTE, 26/07/2011)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

MEC implanta os Programas Mais Educação e Proinfo em Cocal dos Alves

Destaques

MEC implanta os Programas Mais Educação e Proinfo em Cocal dos Alves

Segunda-feira, 11 de Julho de 2011

Na última semana, após visita ao Congresso Nacional, o ministro da Educação, Fernando Haddad, enviou uma equipe de consultores técnicos ao Piauí. Durante dois dias, os profissionais visitaram as Unidades Escolares Augustinho Brandão e Teotônio Ferreira Brandão, Ensino Médio e Infantil, respectivamente.

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Ambas localizadas no município de Cocal dos Alves, a 196 Km de Teresina, as escolas ganharam notoriedade nacional, graças aos índices educacionais e o excelente desempenho dos estudantes. O trabalho desenvolvido no município piauiense está sendo analisado e avaliado para multiplicação, não só no Piauí, mas em todo o Brasil.

Luceni Pinheiro, consultora técnica da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) e da Diretoria Nacional de Direitos Humanos, Educação Integral e Cidadania (DEIDHUC), do Ministério da Educação (MEC), anunciou a implantação dos Programas Mais Educação e Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo) nas escolas.

O Programa Mais Educação vem sendo desenvolvido desde 2008 pelo MEC e tem como objetivo contribuir para a formação integral de crianças, adolescentes e jovens por meio de diversas ações desenvolvidas no contra - turno, mantendo o estudante por mais tempo na escola, período em que são promovidas atividades em várias áreas do conhecimento.

Segundo o secretário de Educação, Átila Lira, o “Mais Educação” proporciona a realização de projetos educativos que trabalham temáticas importantes para complementar o ensino. “Atualmente, temos 127 unidades trabalhando com o este programa e funcionando perfeitamente. Nossa meta é ampliar para mais 50 escolas já no segundo semestre”, revelou.

Novas tecnologias serão inseridas na construção dessa nova escola

Construir uma nova escola pública, com oferta de um ensino de qualidade tem sido o principal desafio e foco da Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEDUC). Como prioridade, a SEDUC vem investindo na introdução de novas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem.

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A mediação tecnológica é um dos pontos. O Proinfo, programa educacional que visa promover o uso pedagógico da informática na Rede Pública de Educação Básica, é outro. Computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais têm sido disponibilizados às escolas através do programa.

Em contrapartida, Estados e municípios devem garantir a estrutura adequada para receber os laboratórios e capacitar os educadores para uso das máquinas e tecnologias. “Temos o propósito de conectar todas as escolas públicas à Internet, por meio de tecnologias que propiciem qualidade, velocidade e serviços para incrementar a qualidade do ensino e da aprendizagem no Piauí”, garante Átila.

A implantação dos programas nas escolas de Cocal dos Alves já vem acontecendo. “Minha visita a Cocal dos Alves, atende a uma solicitação pessoal do ministro Fernando Hadad. Presenciei que os professores daquele município realizam um trabalho muito simples, mas bastante significativo. Pude perceber que a persistência e dedicação dos professores são os segredos do sucesso. Eles são dedicados, conhecem a realidade de cada aluno e demonstram, sobretudo, interesse de conhecer as famílias”, declarou.

Segundo ela, o mais importante da visita foi averiguar que o víeis de todo sucesso dos alunos medalhistas se deve ao ensino da matemática. “Sem sombra de dúvida, a matemática é base de tudo. Acredito que o trabalho feito naquele município pode ser ampliado e expandido para outras escolas. Cocal dos Alves é bom exemplo, não só para o Piauí, mas para o país”, assegurou.

Motivação é sinônimo de resultados

Neste caso, o professor de matemática, Antônio Amaral repete a fórmula do sucesso. “Um quadro, um pincel, um livro e o compromisso honesto com a causa da educação é possível fazer uma revolução”, afirma o professor que mesmo famoso não pretende deixar Cocal dos Alves. “Nem mesmo uma proposta salarial maior, em qualquer parte deste país faria eu me afastar da minha missão”.

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Nos últimos seis anos, estudantes do município conquistaram 120 premiações em Olimpíadas Nacionais. Na última edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, quatro estudantes de Cocal dos Alves conquistaram medalha de ouro. Um desempenho que superou 11 estados brasileiros, se tornando um fenômeno quando se fala de educação.

Em Cocal dos Alves, a missão do professor Antônio Amaral contaminou os outros professores que estão cada vez mais envolvidos, que possibilitou a aprovação de mais de 70% dos alunos nos vestibulares e não é só para Matemática.

Autor: Ascom

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Mensaje de Chávez a Venezuela y al mundo

Fidel: um apoio fundamental para Chávez na política e saúde

HAVANA, Cuba — A tutela exercida por Fidel Castro sobre o processo de cura do presidente venezuelano, Hugo Chávez, em Cuba, refletiu a enorme influência que ele tem sobre seu discípulo, que vem seguindo o líder cubano desde que os dois se conheceram, há 17 anos.

Chávez regressou nesta segunda-feira a Caracas, quase um mês depois de estar em Havana, aonde foi submetido a uma cirurgia de urgência para a retirada de um abscesso pélvico no dia 10 de junho e, poucos dias depois, para a extração de um tumor canceroso.

Como fechamento deste episódio que abalou tanto a Venezuela como Cuba, Castro publicou um artigo no qual sai em defesa de seu filho político - 28 anos mais novo -, ressaltando que ele será vencedor da "batalha decisiva" contra o câncer para seguir enfrentando o "império" e a "oligarquia venezuelana".

"Ele realizou uma batalha decisiva que o conduzirá - e com ele toda a Venezuela - a uma grande vitória", escreveu o líder cubano, de 84 anos, afastado do governo desde 2006 por uma crise de saúde.

Castro não só convenceu Chávez a submeter-se a um check-up geral rigoroso e a um tratamento radical, mas também foi quem lhe deu a notícia sobre o câncer. Além disso, o ex-presidente cubano supervisionou de perto a atenção médica e o visitou quase que diariamente, conforme relatado pelos dois.

"Entre Fidel e Chávez há uma relação simbiótica muito importante. Eles têm estilos muito diferentes, mas naturezas parecidas", disse à AFP de Caracas, Alberto Barrera, autor da biografia "Chávez sem uniforme".

O presidente venezuelano, que esteve no mesmo hospital que atendeu Castro, agradeceu a "Deus e a Fidel", a quem catalogou como seu "médico superior".

Os golpes de efeito do manejo de sua crise de saúde foram ao melhor estilo de Fidel: silêncio inicial, fotos, vídeos, mensagens, o traje esportivo com que aparecia ao público e com um broche de ouro e a saída surpresa de Havana.

"É outra jogada de mestre, que tem a marca indiscutível de Fidel Castro", disse o analista cubano Arturo López-Levy, da Universidade de Denver.

Heredeiro político de Fidel como principal adversário dos Estados Unidos, Chávez também teve acesso privilegiado ao leito de Castro e foi seu principal porta-voz durante a recuperação.

Em seu texto de domingo, Fidel qualificou de "indestrutível amizade" a que o une a Chávez desde que este visitou Cuba pela primera vez em 1994, então como um militar recém-liberto após o fracassado golpe contra o ex-presidente Carlos Andrés Pérez (1989-1993).

Após convidá-lo para provocar o presidente Rafael Caldera (1994-1999), que havia recebido a seu inimigo Jorge Mas Canosa, Castro recebeu Chávez na porta do avião com honras de Chefe de Estado.

Cinco anos depois, estava na primera fila quando Chávez assumiu o poder em fevereiro de 1999. Desde então, o venezuelano se converteu en tábua de salvação para Cuba e Chávez no discípulo predileto de Fidel.

Após a queda da economia cubana, arrastada pelo fim da União Soviética, a Venezuela alimenta a ilha com 100.000 barris de petróleo diários, há mais de 10 anos, e com projetos milionários em áreas chaves para Cuba.

"Chávez, com petróleo e com suas contínuas contribuições, ressuscitou Fidel e possibilitou à economia cubana certa possibilidade de sobrevivência. E Fidel lhe deu algo de revolucionário que o presidente venezuelano não tem. Eles se legitimam mutuamente", afirmou Barrera.

Foi Fidel quem, por telefone, convenceu Chávez a não "abalar-se" durante o falido golpe de Estado de abril de 2002. Ambos criaram en 2004 o bloco regional ALBA, em oposição a Washington, que inclui hoje Equador, Bolívia e Nicarágua.

Essa influência levanta na Venezuela rachas na oposição, que denuncia uma "cubanização" da sociedade venezuelana, desde a gestão pública e a formação de dirigentes até as Forças Armadas, passando pelos 40.000 empregados cubanos que trabalham no país.

Para López-Levy, sem dúvida a recuperação em Cuba permitiu a Chávez ver com seu mentor o delicado tema da "cubanização" da Venezuela, pois "o maior perigo para a continuidade bolivariana e a relação estratégica com Cuba é uma divisão na cúpula chavista ante a ausência do líder".

Quando Fidel delegou o poder a seu irmão Raúl, em 2006, Chávez prometeu "continuar a batalha interminável" de Fidel.